sexta-feira, 18 de junho de 2010

Vazio diante do brilho.


Entenda que não posso deixar de te amar. Ocultar meu sentimento seria como tentar puxar meus ossos para a superfície de minha pele, doeria muito mais do que te amar.
Não vamos permanecer aqui por muito tempo, me importo com isso mesmo que eu não viva, apenas exista. Talvez eu deva pensar que tenho sorte, algumas pessoas nunca encontram ninguém, mas já estou começando a acreditar que amar e poder ter alguém nem sempre significa que você está completo. Eu não te tenho, então talvez eu nem deva falar sobre o que é felicidade ou não.
Sempre me questionando, sem ter respostas.
Não é uma luta contra você, nem contra o que sinto. É uma luta conta eu mesma.
Não encontro, contudo, nenhuma sombra de razão na minha cabeça. Tento suportar com dedicação os meus deveres, mas é inútil quando penso que simplesmente não sei o que fazer comigo mesma, apenas faço, não fazer nada seria uma atitude muito ócia.
Você provavelmente já chegou ao ponto de ver a estrelas e não conseguir enxergar o brilho delas, dá uma sensação de vazio imenso acima da barriga, me sinto como uma bola de algodão voando com o vento para lugar nenhum. Não existe grandeza quando recebe sem merecer, isso me faz acreditar automáticamente que não mereço.
E é tudo.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Permita-me!

Levaria você para a floresta para ver os raios do sol se lançarem sobre seu rosto, fazendo-o brilhar pra eu olhar.
Levaria você ao topo da montanha de madrugada, para fazer você chegar mais perto das estrelas e sorrir pra eu me sentir feliz.
Poderia te fazer uma música, e cantar pra você quando estivermos sentados no telhado, ou quando você pedir. E poderia fazer mil experiências, até achar a fórmula de rosas azuis, ou da sua cor preferida, só pra te surpreender.
Te traria borboletas prateadas e colocaria na varanda de vidro pra você olhar quando acordar. Colocaria uma árvore com flores de primavera na rua coberta de gelo que você passa. Eu colocaria mais de uma, na verdade.
Eu enfeitaria o pinheiro do jardim com os vaga-lumes do anoitecer, para eles piscarem no compasso das batidas do seu coração para eu escutar até pegar no sono. Eu poderia.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Por acaso.

Ela perguntou seu nome,
Ele respondeu sem dar muita importância.
Morava nela desejo e ganância,
Ela voltou no mesmo lugar, no mesmo horário.
Mas nada dele, nem para ela somente olhar,
Voltou todos os dias,
Sempre na mesma rua,
Até que o sol desaparecia...
E do outro lado apontava a lua,
A rua ficava vazia,
E ela sentia a maldita agonia.
Então certo dia por acaso,
Ele passou ao seu lado,
Ela sentiu vontade de lhe dizer algo...
Mas ele parecia muito apressado,
Então deixou que ele simplesmente passasse,
Ensaiou algo para falar na próxima vez que o encontrasse.
Se culpa até hoje por sua inocente estupidez,
Pois não houve uma próxima vez.