Afinidade secreta, revelada por rebeldia e antipatia violenta sem suspeitas. E o seu presente são palavras, pode ser que soem grosseiras mas, mesmo que sejam ásperas não descrevem, nem em milhões as apunhaladas que carreguei em minhas costas sem saber, todo esse tempo. O tempo, é sempre ele que define o quão sujo alguém consegue ser, mostra o tamanho do erro e é usado também como uma ''desculpa'' para falar que não vai mais doer e que tudo vai melhorar a medida que ele passa, o tempo. Seria simples se eu pudesse tirar os calos dos meus pés com minhas mãos, ou se eu pudesse transformar meu peito rasgado e minha dor de cabeça em peso, e que bom se eu pudesse triplicar esse peso e colocar nas suas costas. E você sabe que precisa, e eu sei que você precisa, nós sabemos que você precisa saber o que é dor, e nisso sou mestre.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
terça-feira, 27 de julho de 2010
Seda.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
O que é amar.
Teu amor não será levado com o vento
É hábito do ser humano tentar resistir
Para alguns o melhor é fugir
Mas não te suponhas saber explicar
O que é amar
Não é entendimento
Isso se chama sentimento
Mas não permita-se gostar do escuro
Ou se acostumar, tu pode gostar
E até mesmo se machucar.
domingo, 25 de julho de 2010
Incrível
Inevitável e vergonhoso é a coragem que me falta, ou quem sabe, seja coragem sobrando. E como uma praga, um castigo, ou um dom, na luz dos teus olhos eu consigo ver se a noite vai ser de lua cheia.
Incrível como depois de tanto tempo a falta do necessário continua, impiedosamente, se alimentando da dor do incurável.
Ainda é próximo do amor, ainda é, é o limite, é meu ponto de partida e meu ponto de chegada. E é necessário acreditar em algo bom mesmo que tudo sempre seja cruel, triste e incansavelmente desesperador, considerando que depois do escuro sempre existe luz, mesmo com dúvidas sobre a terrível incerteza, cheia de artifícios.
Com a imagem na cabeça e mil pensamentos gritando todos de uma só vez, tanto me falta coração que a única razão é estar no cérebro, bem profundo como uma flecha rapidamente cravada em meu crânio, e continua, sem mistério, apenas dor.
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