segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Aqueles olhos.

Entrei no quarto, fechei a porta. Mas aquele enorme espelho na parede...tentei não olhar, tive medo, talvez vergonha. Passei, mas não resisti, voltei e olhei, olhei no fundo de meus olhos, em silêncio. Não sei dizer bem certo quanto tempo perdi ali mas não foi pouco. Me encarei, não piscava, não pensava, não falava, apenas respirava. A respiração calma, tão leve, Deus, era como se estivesse flutuando. Mas não, eu não estava. Continuei olhando firmemente bem no fundo de meus olhos e o resto desbotou, desapareceu, simplesmente como um brinquedo perde a graça quando é quebrado. Foi então que percebi o quão tristes eles são, tão fundos, escuros, sinceros e tristes, tão tristes. Senti pena de meus olhos, não do que eu de fato sentia, não de mim, nem da vergonha, nem de minhas atitudes desleixadas e obsoletas. Tentei pensar em algo que me fizesse sentir tristeza, nada. Tentei pensar em algo que aconteceu, nada. Apenas meus olhos tristes e profundos no reflexo do espelho, talvez devesse ser assim mesmo, mas sem lágrimas, sem um pouco de alegria, extremamente notáveis e tristes. Apenas tristes.

2 comentários:

  1. Olá guria, muito bacanas suas poesias, posso postálas em meu blog?

    bjs

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  2. Olá Thiago, desculpa a demora.
    Obrigada por ler o blog, que bom que gostou.
    Pode sim, mas eu gostaria de ver se você fizer isso. Mais uma vez obrigada.

    Beijos.

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