terça-feira, 13 de julho de 2010

Incompreensível.

Um pensamento, um arrepio.
Dentro e fora, em cada célula, em cada gota de sangue, em cada extremidade. Produz um som silencioso, o eco passa das paredes de pedra.
Sente-se o mal-estar, e no momento seguinte está bem, aumenta visivelmente o tom do silêncio e olha pra mecha de luz que vai embora.
É um desejo de não entender o que por sua própria natureza é fácil, é um medo de descobrir, um medo consciente, um medo sem medo.
O suficiente pra não querer sentir, o sentimento de abstinência, o sentimento que não se sente. Sem dom artístico, assume o papel da loucura. Loucura que não é loucura, enxerga na alma um alfinete atravessado, bem no peito.
O abismo profundo brinca na roda gigante da razão, sem treva. A obsessão é um sinal da própria falta, falta que sobra, falta que está presente, falta que aumenta, como tua voz e teu canto.
O entusiasmo desajustado do mistério que alimenta o pouco de vida vivido, mal vivido. Humor rabugento, sem saber o que é, sem combinar rabugice, apenas é.

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